
Há outros. Mais do que você pode compreender. Eles estão em toda parte e você conhecerá alguns deles.
Algumas destas outras pessoas se estabelecerão naturalmente como uma figura presente em sua vida, e mudarão a forma como você vê a vida. Isto se chama relacionamento. Se as pessoas permanecem por meses ou anos, sua relação com elas pode começar a parecer permanente.
Não é. Relacionamentos são condições, não coisas. Todos eles têm que terminar em algum ponto. Mas eles deixarão alguma coisa para trás para você.
Existem diferentes tipos, diferentes estilos de conexão entre você e Os Outros: educados, difíceis, românticos, platônicos, confusos. Nós tendemos a enquadrá-los em tipos diferentes - amizades, namoros, casamentos, parceiros de negócios - mas eles são todos fundamentalmente a mesma coisa. Duas pessoas encontram algo em comum, experimentam os pensamentos e ideias umas das outras, absorvem os valores umas das outras e aprendem a partir das histórias um do outro. Personalidades são absorvidas pelas outras pessoas quando estas pessoas ficam próximas o suficiente.
Isto acontece o tempo todo, e sempre é temporário. A afinidade termina e as partes divergem e se afastam. Pode ser depois de 72 horas viajando juntos (em inglês), ou depois de um estágio de verão trabalhando juntos, ou após 55 anos de casamento. Se nada mais terminar com o relacionamento, a morte o fará.
Isto significa que a vida é essencialmente uma viagem solitária. No entanto, você terá esta interminável multidão de visitantes, o que é bom. Personagens que você não imaginava aparecerão, ficarão por um minuto ou talvez alguns meses ou talvez muitos anos, e então deixarão você seguir viagem.
Como regra geral, dê boas vindas aos visitantes. O propósito deles é ajudar o viajante solitário a descobrir como desfrutar do mundo.
A maioria das pessoas vai entrar e sair da sua vida sem que você realmente perceba. Algumas, no entanto, terão grande impacto. Alguns visitantes serão decididamente especiais. Você saberá.
A experiência mais valiosa que uma pessoa pode ter é algo em comum com este tipo de pessoa. A característica que define uma dessas pessoas é que elas tornam impossível que você continue sendo a mesma pessoa quando elas partem.
Cada uma dessas pessoas, no momento em que seus caminhso divergem, terá modificado você de uma forma que é evidente para os outros que o conhecem.
Você provavelmente não entenderá bem o que está acontecendo no momento. No entanto, sentirá algo. A sensação de janelas se abrindo.
Como quer que este encontro se desenrole, sejam quais forem as experiências que o compõem, extasiantes ou detestáveis - alguns meses ou anos de estrada e você está diferente. Você está melhor. Algo que foi difícil agora é fácil, algo que foi assustador é agora familiar, algo sobre o que você se considerava cético, você agora ama.
Você ficará com algumas crenças que não tinha antes. Você valorizará certas coisas mais do que valorizava, e outras coisas, menos.
Talvez você nunca tenha pensado nisso, mas você já passou por isso muitas vezes até hoje. Isto acontecerá repetidamente. Você não tem ideia de quem está a caminho de conhecê-lo. Eles também não fazem ideia.
A qualquer momento, a qualquer tempo, a qualquer dia da sua existência, você pode olhar para sua vida toda como uma vasta coleção de experiências, e reconhecer que elas todas resumem quem você se tornou hoje. Quem você se tornou depende - a um grau que você jamais apreciaria - de com quem você se relacionou enquanto esteve por aí fazendo suas coisas. Você pode ter sido muitas pessoas diferentes.
Todos os relacionamentos são temporários. Eles mudam de forma e textura conforme o tempo passa, e eles eventualmente se vão.
Se foi um relacionamento especial - com um amor, um professor importante, um pai ou mãe - sua ausência pode ser um grande fardo. Quase tangível. Você pode sentir a presença de sua ausência. O Outro se foi. Uma escrivaninha vazia, um travesseiro não utilizado, uma porta aberta sem ninguém ali.
Mas você ainda está lá, e você está melhor do que era.
***
Foto de flabber degasky.
Esta é uma tradução livre do artigo de David Cain, no Raptitude, realizada por Alexandre Heitor Schmidt.
Nenhum comentário:
Postar um comentário